Fecha ano, entra ano, troca-se o treinador, jogadores saem pelas janelas de transferência européia, outros entram pelas frestas empresariais brasileiras, o elenco se desfigura, e ele está lá, intocável, com todo o respaldo da comissão técnica, o verdadeiro fenômeno, camisa 14, Jaílton.
Há quem diga que sua função tática é imprescindível ao time dentro de campo, inclusive seu treinador Caio Júnior. Alguns números e estatísticas apesar de não impressionarem, parecem ligeiramente favorecê-lo. São 50 desarmes em 21 jogos, média de 2.38 por jogo, 5 cartões amarelos no Brasileirão 2008 e nenhum vermelho. O terceiro melhor ladrão de bolas do time, ficando atrás de Juan e Íbson, jogadores que hoje no Flamengo tem mais características ofensivas do que defensivas. Será justificativa?
Uma possível verdade escondida em números.
Apesar disso, nem torcida, e nem grande parte dos críticos estão convencidos da absoluta titularidade do jogador. Isso porque os números no futebol não representam a verdade dentro das quatro linhas. Digo isso porque se analisarmos que destes 50 desarmes, supostamente metade deles vêm seguidos de passes errados e decisões equivocadas que originam jogadas de perigo em muitos dos casos terminando em gols dos times adversários, de nada vale a estatística. Das 41 faltas que Jaílton contabiliza em 21 jogos, a maioria delas são ao redor da grande área, e às vezes dentro dela, levando perigo real de gol ao time, justificadas pelo posicionamento do jogador em campo, que não ultrapassa o limite da intermediária grande parte do jogo.
Os lances em que os adversários levam vantagem à Jaílton, como nos últimos 2 gols do São Paulo, em que andré Lima desviou sozinho e Hugo também livre rematou de cabeça e o mesmo só observava, não vão para a estatística. A girada de corpo do atacante Tadeu do Figueirense resultando num gol que quase complica o Flamengo em Florianópolis não fosse o tempo de jogo, não entra para os números, do contrário, certamente Jaílton teria saldo negativo.
Quanto aos cartões, são análises subjetivas haja vista que cada árbitro têm seu critério, e hoje há uma recomendação para que se deixe o jogo correr, o que favorece muito os jogadores faltosos.
Mesmo com tantos argumentos, a torcida e tampouco críticos, conseguem persuadir Caio Júnior a tentar uma mudança na posição.O treinador alega que o jogador é o melhor para a função, mesmo sendo volante e atuando como terceiro zagueiro. O que soa como "belo" elogio para os zagueiros Thiago Sales e Dininho, que são banco e não conseguem sequer efetuar sua função de origem, perdendo vaga para um volante improvisado. Sendo que o técnico têm ainda Toró, peça importante na arrancada do ano passado, e Airton, excelente promessa que tem qualidade de passe e marcação. Outro argumento usado pelo treinador é a estatura de Jaílton. De todas as opções que citei acima, apenas Toró é mais baixo que Jaílton, que possui incríveis 1,78 cm.
Eximindo de culpa o cidadão Jaílton, uma vez que sua escalação é responsabilidade do treinador, acredito que é passada a hora de se testar outra alternativa, até porque comprar briga com jornalistas renomados e a maior torcida do país, não é atitude nada inteligente a um profissional que ainda busca se firmar no cenário nacional.
E no final do Campeonato será tarde para se descobrir quem são os ignorantes!